Tito Psicólogo
5 min readNov 15, 2021

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PEQUENA AMOSTA DE NOSSO BRASIL.

Não deu no Fantástico, mas sim bem pertinho de nós.

Não se trata de um texto partidário, entretanto é convite para reflexão político-social que podemos fazer ou não.

Alguns fatos retratados servem para análises já que foram trazidos a público e tem suas consequências no coletivo humano.

A principal referência é do presidente municipal de um diretório partidário que em matéria postada nas redes sociais traça uma acusação contra vereadora eleita pela sua legenda.

CONTRA A TAXA DO LIXO

De imediato se colocar contra a criação de uma TAXA DO LIXO não é nada de excepcional, diria até oportunismo convencional, pois poderia estar apresentando para toda a população alguma providência mais contundente, profícua e útil. Somente discursar já sabemos que é o trivial e depois de alguns dias tudo flui com o vento.

Tomou alguma ação junto ao Ministério Público? Lançou junto à população manifesto com abaixo-assinados para enviar à Câmara Municipal? Entrou com alguma solicitação junto à presidência da Câmara para a realização de audiência pública sob responsabilidade de seu partido?

Gerou ‘lives’ e vídeos nas redes sociais para sensibilizar a população contando com a participação de autoridades e especialistas no tema?

Ao ler a matéria do presidente partidário estas foram algumas questões que ficaram em evidente ocultação, pois seu conteúdo foi muito superficial e genérico.

VEREADORA NÃO ENTENDE DE POLÍTICA

Outro conteúdo apontado na matéria original foi a acusação de que a vereadora de sua legenda tem votado de acordo com o prefeito e teria alegado que NÃO ENTENDE de política.

Interessante esta acusação somente agora vindo a público, já próximo do 12º mês da legislatura. Então o líder partidário não conhecia profundamente o perfil de sua candidata? Era uma mera assistencialista e como tal conveniente para a caça de votos?

Somente agora com a TAXA DO LIXO traz a público um ‘lixo partidário’ que já deveria ter sido tratado internamente há meses, pois é público e notório o desempenho da vereadora taxada popularmente sob o ‘comando’ do executivo.

Para tal adesão integral ao prefeito a vereadora conta com alguma proposta de ‘acertos’ com cargos de confiança? Ou ela tem algum benefício material como ração para seus animais? Ou os preceitos de seu partido nunca foram lhe oferecidos para leitura e discussão?

Se a vereadora alegou ‘NÃO ENTENDER’ de política esta constatação por si só já não é o suficiente para a sua cassação e até um processo mais profundo, pois estaria consumindo recursos públicos e então de certa forma ‘enganando’ a população e o partido?

Perguntar ofende? E a omissão das partes envolvidas?

A Lei Orgânica do Município de Amparo em sua subseção VI, fala sobre a perda do mandato no item II:

“II — cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;”.

Agir contra princípios éticos, conforme acusação feita pelo presidente do partido, não é ferir o decoro parlamentar?

Alegar que não entende de política, mas votar sempre a favor do executivo é agir com decência e com decoro?

O que é decoro então?

PARTIDOS, ora partidos!

Somente nestes dois itens iniciais já podemos constatar que em geral os partido políticos são meras legendas de agregação de candidatos, sem quase nenhum cuidado com questões éticas, ideológicas, preceitos sociais, programas proativos, cronograma, logísticas, transparência, alternância do poder (centralizador), etc.

Nota-se no desempenho da vereadora a acusação de desprezo pelo partido, e o próprio partido não revela nenhuma proposta objetiva, clara e pontual sobre questões relevantes na sociedade.

Por exemplo, qual ação envolveu a população para debates sobre a ‘venda’ da educação municipal para o sistema SESI? Mereceu por parte do partido eventos para informar e sensibilizar a população sobre a proposta ora em andamento? Ou preferiu o silêncio ou os acomodados comentários nas redes sociais?

Entenda-se partido como sendo uma agremiação com vários integrantes e não somente um dirigente, em geral ‘dono’ do cargo, que embora possa admitir ‘da boca pra fora’ ser democrático, mas na pratica não disposto a ceder a presidência.

Esta é a realidade em todo o país. Um exemplo gritante é um ‘boy’, condenado por corrupção, negociar com um presidente sua legenda mediante negociatas impublicáveis. Pior é o eleitor inocente, frágil, sem informações mais detalhadas e sem a habilidade para o pensamento crítico, oferecer crença ampla e irrestrita aos negociadores corruptos. “Eles entendem de política”.

EDUCAÇÃO sem educação.

Na questão da ‘venda’ da educação para o sistema SESI fica evidente o estado de coisas que nos assalta no cotidiano. Uma evidência é situada em um educador, formado em escolas públicas (então pago com recursos da população), com cursos pós-graduação, enfim um especialista no campo.

E qual a atuação deste super educado profissional em favor de sua comunidade?

Ele entra em campo expondo seus conhecimentos e revelando altos índices oficiais de escolas públicas sem o sistema SESI?

Traz ao conhecimento público que sistemas estão a frente, em termos de qualidade, comparando-se com a proposta do prefeito?

Mostra estudos e fatos que condenam experiências municipais neste campo?

As respostas é “NÃO”, este profissional altamente qualificado, a partir de recursos públicos, só tem visão e tempo para seu trabalho e seu lucro. Ele não quer nada com a política. A omissão é culturalmente ‘costurada’ na mente de profissionais altamente capacitados e condenados ao condicionamento social da não participação proativa, o que é cômodo.

Para estes profissionais a energia egocêntrica é maior e controlam seus desempenhos. Talvez este pressuposto tenha a ver também com as posturas de presidentes de partidos, de vereadores, etc.

E ENTÃO?

Falta para o processo educacional conteúdos de sensibilização para ações cooperativas, empáticas, proativas e de alta qualificação existencial.

Não se gera estes conteúdos com cursinhos de cidadania, palestrinhas de ‘coachs’, sob o comando de quem trata ética sem ética e sem transparência.

Neste interim os partidos políticos falham terrivelmente na oferta, formação, sensibilização, compartilhamento e criação de oficinas e vivências sobre política proativa para diversos segmentos da população. São omissos.

Concluindo fica patente que os sonhadores com melhoras nos quadros políticos estão distantes da realidade, pois não se apresentam oficinas, vivências, debates e ações proativas para o desenvolvimento pleno da consciência sócio-política com parâmetros advindos da filosofia, da psicologia, da história, do resgate cultural, enfim de múltiplas fontes que fortalecem o chamado sistema do “pensamento crítico”.

Então estamos fadados a continuar elegendo assistencialistas, sem consciência histórico-cultural e também os oportunistas que desejam realizarem suas contas bancárias às custas da grande massa da população.

Enquanto isto os dirigentes ficam atentos ao montante dos fundos partidários já para 2022 e em geral apoiam candidatos a deputados estaduais, federais e senadores mediante cotas financiadas pelos partidos.

E assim se vai repetindo a história.

Nota: Quem por acaso discordar destas teses por gentileza contribua com seus esclarecimentos para melhor percepção da realidade, não deixando de lado as questões registradas, claro!

Amparo, 15 nov 2021

Tito, psicólogo

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Tito Psicólogo

email fhoo@uol.com.br Autor do Projeto “UMA MENSAGEM PRA VOCÊ”, inédito em todo mundo, registro Direitos Autoriais Reservados ao Ministério da Cultura 2013